No vaso
no centro da mesa
a flor
reinante
em amarelo
implora
em silêncio
torturante
a luz cálida
do dia.
Deseja
quase murcha
a terra
fértil
fértil
e restaurada,
os beijos
doces
e o sopro
torpe
e o sopro
torpe
das borboletas.
Já
não há quem
possa
lhe criar raízes
onde
a faca
cega
cega
lhe amputou
o talo.
Não
há quem possa.
Sylvia Araujo
41 comentários:
Lindo! Grande sensibilidade, gostei MESMO! Bj!
Apreciando novamente... "ela foice"... ;)
li agora a frase embaixo do título do blog. do cacete! achei genial!
parabéns pelos versos.
não há quem possa. achei ótimo este verso!
beijos.
Sylvinha, eu peguei a flor. Tuas palavras foram capazes de materializá-la, para mim.
Esses versos foram a coisa mais linda que li hoje. Levo comigo.
Um beijo.
Arrancou-me da raiz, lindo!
Beijos.
Poesia sem complicações, blog bem cuidado, é o que Sylvia apresenta.
Gostei. Valeu o trabalho da construção.
E a dona é uma linda mulher!
Carinho,
Jorge
Tão bem desenhada a imagem! Meus parabéns.
Lindo, lindo, lindo!!!
Essa menina sabe das coisas!!!
Beijos de passarinho!!!
E ainda há quem guarde, ressecada, como se, escondida
fosse vida...
Somos todos flores...
Sou fã!
Lin-do!
Beijocas, moça!
Lindo sim.
Isso aqui, oh:
"Já
não há quem
possa
lhe criar raízes
onde
a faca
cega
lhe amputou
o talo."
Pura arte pra falar da mais pura verdade.
Lindo demais, Sylvinha.
Fiquei com os últimos versos a sangrar no meu coração.
Criou uma imagem que nós vemos da faca a decepar-lhe a vida.
As nossas rosas merecem mais vida e ainda não sei porque a sua durabilidade no jardim é tão efémera.
Grato pela visita e comentários carinhosos. Te sigo.
é justamente essa ideia de finitude, irreversibilidade, de não retorno ou decepção a preto e branco que, tantas vezes, alimenta a alma dos poetas, como se a sua condição fosse de quase (in)completude... e é. até porque "não/ há quem possa"; há... quem passa... mas que acaba, em certo sentido, por permanecer.
um beijinho, sylvia!
Depois do acto consumado, fica apenas o lamento. Mas a faca cega irá amputar outro talo, num déjà vu permanente...
Beijo
nas asas da miragem,
as cores estivais e o poente.
"há quem não possa".
há quem não deva!
belo!
Sylvia,
estou emocionada.
Teu texto me alcançou num lugar profundo,
e fez doer
(mas dessa dor boa,
que faz refletir
e cura.)
obrigada por isso...
um bjo,
Talita
História da minha alma
Há só quem passa.
Belo!
Adoro tua sensibilidade, flor.
Muitas vezes nos sentimos assim.
E eu sempre preferi flores em vasos com terra. =3
Beijos.
Sylvia!!!!!!!!
Pela raiz de teus versos desabrochas internamente.Tu és flor e embelezas meu "jardim poesia".Aroma de sonhos...
Beijo de fã!
Algumas coisas não voltam, mesmo...
Beijo, beijo.
ℓυηα
quanta delicadeza, sylvia! belo, belo.. amo passar aqui.
"implora
em silêncio
torturante
a luz cálida
do dia...
...deseja
quase murcha
o sopro
torpe
das borboletas"
beijo grande.
Ow! Brigadão, Sylvia Araújo! Sal-dade, sal da terra; a-cal-lenta desterra...
Traduzir o intraduzível é o mote da poesia... outro dia falava disso por lá em [DE TINTA E CUNHA]... ora escrevo, pois palavras são somente símbolos e nada além – e mais importam as idéias a que elas palidamente tentam se reportar e representar, ocultando-as sob o véu e a máscara. Escritos, sejam lá quais forem, falam quase sempre do que não podemos transmitir a outrem com nossos signos primitivos. Já o dissemos, ousar escrever é reconhecer, sem frustração, nossa incapacidade de comunicarmos certas idéias e sentimentos – e, sobretudo, perceber haja beleza nisto.
Beijão, menina! ;)
Ah, qe perfeito, me encantei com seu blog, já estou seguindo, beijos...
e desses amores que arrancam da raiz as rosas, que lhe beijam as pétalas e as fazem passear pelos corpos...
Ainda assim, a rosa não mais encontra a terra fértil, e murchará até que não mais anseie por ela.
Ainda assim, teria o amor podido (ou podado)valer a rosa?
Não há quem possa.
Bela escrita, Sylvia! Foi um presente ler-te hoje.
beijo
"Já
não há quem
possa
lhe criar raízes
onde
a faca
cega
lhe amputou
o talo. "
depois de ler isso acho que qualquer comentário será irrelevante!
perfeito.
Doçura entre o acre
e o que passa.
Belíssimo poema.
Carinhoso abraço.
"...sopro torpe das borboletas..."
Lindo poema Sylvia!
Moça, passe lá depois no meu canto que tem um presentinho pra você!
beijão
Obrigado por nos presentear com tão lindos e sentimentais versos!
Linda é pouco pra sua criação...
Abraço dos Secretistas. :)
Devemos seguir sempre em frente, nõa importando o tamanho do desastre que tenha havido...
Belo poema
abraço
lindo e apaixonante...
em suma,é poesia...
bj!
Simples e tocante este poema Sylvia!! Que blog maravilhoso você possui!! Parabéns!
Venho agradecer sua visita e comentário... fiquei muito feliz!!
Abraços,
Paulo Zerbato.
De uma sonoridade sem igual esse retrato da agonia da flor!
Bj!
Sylvia,
Já o título traduz a agonia da flor que vezes por outra finca raízes, felizes ou tristes, na flora de quem se arvora a ser gente, e, também, vez por outras, na fauna de quem se agiganta a ser poeta, a seguir os passos dum Gilberto Gil Moreira...
Bom acolher-se aqui, moça...
Abraço e compasso,
Pedro Ramúcio.
é...dá aquela dorzinha no peito.... todos temos ra[izes que foram arrancadas...
mas vc soube cantar essa música com muita graça e poesia
Ahh sua poesia é maravilhosa!
É forte e brinca.
Fantástico.
Beijos.
"Já
não há quem
possa
lhe criar raízes
onde
a faca
cega
lhe amputou
o talo."
, um outro prisma sobre as coisas não mais belas, vermelho escorre sob as flores amarelas...
que lindo... e que doído!
senti a lâmina da faca
beijos
E durante todo o outono, ao menos o sol morreu com ela, pousado no seu rosto dourado.
Muito bonito, moça bonita.
Beijoàflor.
.
.
.
Katyuscia
que linda!!!
entao é isso um beijo querida
to fuçando amando sentindo as vezes beijando as bezs rindo, as vees levando comigo
tudo
beijao.
lindo!
bjbjbj
"Já
não há quem
possa
lhe criar raízes
onde
a faca
cega
lhe amputou
o talo"
Sylvia, isso é uma das coisas mais lindas que eu já li. Intenso, explosivo, dilacerante e, puramente, verdadeiro.
Seu Blog é muito bonito; grata pela oportunidade. E, como dia um amigo, ficarei atenta.
Bjs
Lúcia Gönczy
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