Foto do blog: Mario Lamoglia

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Música pro meu coração

Como Vela
Letra: Sylvia Araujo
Melodia: Gerson Gomes


Réstia de luz
Que me resta, vela...
Pavio e cera
Aquecem meu mundo gelado.
O líquido quente me escorre,
Trilhando caminhos mais fáceis.
Deixando seu rastro
- Meu rastro -
No corpo
Branco e perfeito da vela
Assim sou...
Cheia das marcas da vida,
Queimando rápido
E derretendo
Em rubras chamas
Em rubras chamas...
E me acabo tão talhada
Por caminhos de cera,
Tortuosos
A desfazer,
A desaparecer
Em poças rígidas febris...
Réstia de luz...


Quero mais, amigo! Obrigada!

"O que se leva da vida...

... é a vida que a gente leva."

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Desabafo

foda-se.
Foda-se!
FODA-SE!
FO-DA-SE!!!!!
Vai se foder. Tomá no cú.

F
O
D
A
-
S
E
!

Vaipraputaquetepariu.
Merda!
foda-se.




Sorry...
Passou! :o)

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Chuva

Enquanto as nuvens escurecem lá fora, tudo inunda aqui dentro.

Sylvia Araujo

Silêncio

É o grito mais desesperado que o coração pode dar.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Saudade

Ando sentindo falta de mim...

Sylvia Araujo

Acalento

Não sofra,
Não chore.
Tudo vai se arrumar...
Você vai ficar bem,
E voltar a brilhar!

Você vai resolver,
E continuar,
E seguir.
Você vai ser feliz,
Vai dançar e sorrir!

Confie em você,
Acredite no bem.
Se você quer
-Lute sempre!
Que o melhor
Sempre vem.

Guerreiros não estancam
De frente pro mal.
Eles seguem,
Caminham,
Até o final!

Sylvia Araujo

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A Vida

Nada mais é do que um emaranhado de atalhos. Cada um mais sedutor que o outro.

Sylvia Araujo

Escolhas

Sempre tive extrema dificuldade em escolher. Eu sempre quis tudo ao mesmo tempo. Passei a vida tendo sonhos interpostos e desejos paralelos. Na verdade, eu sempre quis SER tudo. Já quis ser caixa de supermercado, astronauta, escritora, jornalista, publicitária, hippie, psicóloga, arteterapeuta, música, cantora, atriz... já quis ser urso e gato. Já quis ser uma árvore, um rio, um mar... Já quis estudar línguas estranhas, pensei em largar tudo e ir pra Cuba! Me imaginei na França estudando e conhecendo os países mais próximos. Já quis ser mochileira, empresária, vereadora! E o pior de tudo é que nunca consegui ser nada, além de uma mistura enlouquecida de todos os meus desejos.
Já ouvi pessoas dizerem que quem é um pouco de tudo, na verdade não é nada. Eu já enxergo por outro prisma: quem tem um pouco de tudo faz parte de tudo, e tem um desejo enorme de conhecer e viver a vida. Eu tenho uma sede infindável de conhecimento. Bebo de todas as fontes que aparecerem no meu caminho. Das águas claras às turvas, vou me embebedando de mundo e construindo a minha história com um único objetivo: ser feliz.

Sylvia Araujo

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Porquê?



Mantra
[Nando Reis / Arnaldo Antunes]

"Quando não tiver mais nada
Nem chão, nem escada
Escudo ou espada
O seu coração
Acordará!...

Quando estiver com tudo
Lã, cetim, veludo
Espada e escudo
Sua consciência
Adormecerá!...

E acordará no mesmo lugar
Do ar até o arterial
No mesmo lar
No mesmo quintal
Da alma ao corpo material...

Quando não se têm mais nada
Não se perde nada
Escudo ou espada
Pode ser o que se for
Livre do temor...

Quando se acabou com tudo
Espada e escudo
Forma e conteúdo
Já então agora dá
Para dar amor...

Amor dará e receberá
Do ar, pulmão
Da lágrima, sal
Amor dará e receberá
Da luz, visão
Do tempo espiral...

Amor dará e receberá
Do braço, mão
Da boca, vogal
Amor dará e receberá
Da morte o seu
Guia natal..

Adeus Dor...

Hari Krishna Hari Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama
Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare"

(Essa letra precisava entrar aqui em algum lugar. É divino como, através de metáforas, esses dois conseguiram captar a essência da vida. Ou como acredito que seja a melhor forma de viver.
A poesia é sublime e a mensagem mais sublime ainda.)

Cada um descreve sua trajetória, da maneira como acha que deve, mas a cada dia que passa mais tenho certeza de que o caminho para a paz é mesmo através do amor, da tolerância e da simplicidade. Pra quê guerra, ganância, poder, riquezas materiais, injustiça, intolerância, soberba? Pra quê tudo isso, se o mais importante é viver em paz, é ser feliz, é sorrir? Pra quê barbárie se o fundamental é o abraço apertado, o beijo sincero, o diálogo honesto?
Não entendo o que o Homem tanto busca - e nunca encontra. Não entendo o motivo da tortura, da violência, da fome, das queimadas... Não consigo compreender alguém ser capaz de destruir a própria casa, poluir o ar que respira, acabar com a água que bebe! As pessoas matam por nada. Disparam pistolas em crianças por crenças religiosas. Violentam mulheres por prazer. Açoitam negros, colocam fogo em mendigos, espancam prostitutas. Que mundo é esse? Que humanidade é essa?
Parei de ler jornal e de ver TV. Alguns dizem que isso é fuga, isolamento da realidade; mas decidi que não quero - e não vou! - absorver toda essa brutalidade. Quero flores na minha vida. Quero ser feliz; andar na rua sem medo. Quero manter a chama do amor acesa. Quero confiar nas pessoas, ter liberdade de ir pra onde quiser, a hora que quiser. Posso ser assaltada, espancada, estuprada? Talvez. Mas não me permito deixar de viver pelo talvez, pelo se. Eu faço a minha parte da melhor maneira que posso. E quero - e vou! - viver absolutamente tudo o que quiser viver. Sem grilhões. Sem amarras. Sem mordaça.

Sylvia Araujo

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Cumplicidade

Os olhos dizem coisas indizíveis.
O coração sabe, mas mantém segredo.

Sylvia Araujo

Enquanto o mundo tem medo de se entregar, eu me dôo sem pestanejar.

Talvez isso me traga mais sofrimento, mas prefiro sofrer, carregando comigo grandes amores, que viver sozinha num mundinho particular.
Não consigo conceber a vida sem sentimento. Amo e vivo com tanta intensidade que as vezes o peito dói. Me dá falta de ar.
Um pôr do sol avermelhando o céu, me sufoca. O barulho de uma queda d`água - sacolejando suas gotas intermináveis - me traz uma sensação de amplidão que enche o peito de uma tal maneira, que sinto que a qualquer momento arrebento.
Uma flor exalando perfume, um gato arranhando um novelo... um violão cantando, uma flauta chorando, um saxofone seduzindo ouvidos virgens... colocar o pé na areia amarelada e áspera arrepia cada fio de cabelo!
Deitar numa pedra quente, pisar na grama molhada, sentir os pingos doces e gelados da chuva... Receber um abraço de árvore e ser beijada pelo vento... coração palpita!
E os amigos? Ahhhhhhhhhhh, os amigos... estar com eles, construir momentos, resgatar histórias, encontrar o olhar e saber que eles me sabem - e que eu os sei. E sinto. Isso me dá angina, juro!
Dizem por aí que a melhor maneira de viver é se esforçando para manter o equilíbrio. Eu bem que me esforço pra ser menos muita coisa. Porque mais, eu já sou demais.
Mas as vezes penso: pra que lutar pra tirar coisas? Eu quero é mais. Sempre mais. Muito mais. Por isso minha balança anda sempre pendendo pra um lado só.
Mas quer saber? Eu sou feliz assim. E talvez - por enquanto, vai saber até quando - eu não queira ser menos do que sou. Eu queira é colocar sempre um sinal de adição entre as experiências na minha vida. E somar, e multiplicar o tamanho do meu coração. Certo ou errado, não sei. Mas isso já é papo de verdades, que é uma outra - e longa! - história.

Sylvia Araujo

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Me deixa

Tem dias que acordo assim: vontade louca de ser urso.

Sylvia Araujo

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Namastê



Mostre ao mundo suas visões; seus sentimentos, suas loucuras, suas displiscências - seus mais secretos compartimentos.
Sinalize suas convicções e a importância delas pra você; não as imponha. Imposição não tem futuro. Imposição não deixa livre.
Proponha ao mundo uma vida declarada, sem meandros, sem meio-termo. Seja você mesmo e permita que o outro seja o outro.
Mude de opinião quando achar que a outra já está ultrapassada; vista-se com a mais engraçada das roupas; corra sem saber pra onde, pelo simples prazer de sentir o vento batendo no rosto.
Experimente um novo sabor e preste atenção nas sensações que ele desperta em cada parte da sua língua.
Crie uma nova cor e faça dela uma parede no seu quarto.
Ame e se deixe ser amado. Acredite em você. Seja honesto com seu coração.
E nunca, jamais se permita apenas passar pela vida.
Sugue toda beleza e energia do mundo, e transforme seus dias nos melhores dias - sempre.

Sylvia Araujo

De mim

Adoro o inverso. O rebelde, o nojento, o difícil.
Venero quem não faz planos. Meus ídolos se jogam, se sujam e se lambuzam de vida.
Eu gosto do diverso. O divertido me seduz - e traduz.
Não me sinto lá muito bem no meio de meias finas e coques banana (Não que não possa um dia dar a louca e sair pelas ruas de executiva indefectível); o que eu gosto mesmo é do improvável.
É definitivamente improvável que eu seja santa. Mais improvável ainda que me diga louca. O que talvez seja fato é que não gosto muito dos rótulos.
- Ah! Me deixa ser quem eu quiser ser! - mesmo que isso dependa do meu humor quando acordo.
E como ele não é dos mais estáveis, talvez você esbarre com uma de mim que nunca tenha visto - e talvez nunca mais queira ver. Paciência!
A sua sorte é que não me revelo de uma tacada só. Te dou um tempo pra ir se acostumando com a vastidão do meu querer-ser. Se estiver disposto a viver o meu mundo - se joga! Vai ter cama elástica, roda gigante, picnic e cachoeira. Vai ter bebedeira, grito, risada e passo de dança. Vai ter castelo de areia, choro, estrelas e dor... Vai ter tudo que você quiser - e tudo o que eu desejar ser.

Sylvia Araujo

Livre

Eu não tenho molde.
Vario conforme a lua,
Conforme o vento,
Conforme o tempo.
Pra quê ter fôrma
Se a mais bela forma da areia
É a inconstância das dunas?
Eu não tenho molde e não quero ter.
Sou a liberdade do mar
Em suas ressacas e calmarias.
Céu de brigadeiro?
Só se for pra comer de colher.
E quente;
Porque o morno nunca me satisfez.

Sylvia Araujo

Inocência


A borboleta borboleteava no jardim.
A moça tinha um rio a correr dos olhos.
A borboleta pousou no rio
- E deixou-se levar pela correnteza.
A moça sorriu com os olhos secos - e sulcos.
A borboleta ganhou tristeza, virou moça.
E a moça borboleteou
- Ninguém nunca mais viu.

Sylvia Araujo