Foto do blog: Mario Lamoglia

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

- fenda, ferida funda -

Armada, armazena tocaias e arapucas. Foge. Esnobe, manda e desmanda. E sangra, e escorre, e grita - estapeia(-se?). Minimiza – máxima - e, tácita, entreolha ácida o que nunca foi. Assim, alheia, desmancha, deteriora -  em-pó-(p)rece. E chora – implora - se faz falta, evapora. Ela ama! Ah! É toda cama - ama como nunca na vida amou! Mas já é ontem quando o sol desiste. E ela sabe. E invalida, inválida. E insiste, arrasta o nunca, empurra, afasta. E se arranha inteira - metade arrancada. Não cabe! Ainda assim, buraco dentro – fenda, ferida funda - nunca cabe o que se ausenta. É um tanto de peito inteiro - é vácuo. É receio, névoa, neve derretida. Ela é partida. Sem linha de chegada, desejo: o suspenso etéreo desejo de um primeiro - e último! - beijo.
Sylvia Araujo