Foto do blog: Mario Lamoglia

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Viagem

As palavras partiram. Voaram pra longe pra devorar novas entonações, sem um único adeus. Elas normalmente me deixam quando têm fome - vez ou outra me escapolem.
Hoje não me tira o sono saber que foram. Nem se voltam. Ou quando chegam. Nosso amor é cativo, intimamente puro; e mesmo que pareça tão duro, é rio - desagua sempre em ritmo certo.
Por hora acordo vazia - de um vazio que não dói, afaga. Pre-encho então meus dias com frases feitas e outros excessos, que não meus. Virou rotina, neste destempero, muitas palavras estranhas se esfregarem em mim. E eu deixo. E rodopio com elas. Quando o som acaba, olho com olhos de despedida que acalenta, e sigo.
Me faz bem estar só.

Sylvia Araujo

3 comentários:

Stella disse...

É bem quando conseguimos ficar sós. E ,sabe, conseguir isso é muito mais difícil que parece. Gostei da metáfora de que as palavras viajam... é verdade. Algumas voltam, mas outras vão pra loooonge, tão longe que esquecemos...

Beijos e bom final de semana. :)

Alsan Matos disse...

Sylvia!
Visita meu blog, quando der!
iyashindokuma.blogspot.com
Abraços

Sylvia Araujo disse...

É, Stella, precisa de um treinamento praticamente militar pra conseguir estar só sem o coração quase sair pela boca, sem o tédio embranquecer os pensamentos... mas a gente tenta, né? E como com tudo na vida, o treino naturaliza as dificuldades e nos faz superá-las. Com ou sem palavras viajantes.
Beijo!

Alsaaaaaan,
Você por aqui, rapaz? Já fui lá. Já li, já comentei. E volto. Me aguarde com um expresso quentinho, fazfavor.