Foto do blog: Mario Lamoglia

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Rola, cabeça, rola...

Era dia do aniversário da filha do meu ex. E eu não queria ir até lá, apesar de ser absolutamente louca por ela, porque vai que a criatura resolve aparecer, e a minha presença causa um surto psicótico no ser? Melhor não arriscar... (Pois é, a história é longa, e além do mais não é sobre isso o post).
Saí feliz e contente com meu pequeno filhote a tiracolo pra ir até a esquina comprar cigarros. Peguei cinco reais, coloquei no bolso do short e bati a porta. Voltando, procuro as chaves pra abrir o portão. Cadê? Cadê? Cadêmeudeus??? Pânico generalizado. Eu e uma criança de cinco anos cheia de sono, na rua às 20:30h da noite de um dia de semana, trancados fora de casa. Ótimo! O celular, óoobvio, ficou em casa. E com ele, mais óoobvio ainda, a minha agenda de telefones.
Num lampejo, lembrei o telefone de quem? De quem? Da mãe da filha do meu ex. É, ela é minha amiga. Somos quase siamesas, na verdade. (Essa história então, meu bem, melhor te contar na mesa do bar, e numa sexta feira, pra poder render bastante). Ligo. A cobrar. Ela diz:
- Vem pra cá, não tem jeito.
- Tá, eu vou.
Fazer o quê? Dormir na calçada não vai rolar. Fui com o troco do cigarro, que dava exatamente o valor de uma passagem de ônibus. Nem pra bala. Cheguei, meu ex não tinha ido mas a mãe e o pai dele foram. E me olharam com uma cara de interrogação espanhola, manja? Mas caguei. Só precisava entrar em casa. Urgente! Liguei pra uns cinco chaveiros e, na mão do mais barato, morri em cinquenta reais, mais três reais de cada chave que copiei pra deixar na casa da minha-amiga-mãe-da-filha-do-meu-ex porque ela in-sis-tiu, caso eu resolvesse fazer essa gracinha de novo. A merda da chave estava do lado de dentro da porta. E ela, óoobvio, não abre por fora. Ninguém merece? Eu mereço.

Achou que acabou? Não, meu bem, todo castigo pra sequelado é pouco...

Uma semana depois... (talvez uns dias a mais ou a menos, mas isso não importa) me tranquei de novo. Há! Dessa vez sozinha. E com bolsa, celular, carteira e batom. Fui então - resignada - pra casa onde minha chave extra estaria cintilante e novinha em folha me esperando resgatá-la. Chegando, contei minha história triste de quem não perde a cabeça só-e-somente-só porque ela está grudada no corpo, etc e tal, e qual não foi minha surpresa ao ouvir, quando implorei pela chave:
-Ih! Sei onde tá não.
-Caraca, criatura, eu te avisei pra deixar em algum lugar visível, que você não pudesse soterrar com outras coisas, nem perder de vista!
-Pois é. Mas não sei onde tá não...
Calafrios. Juro.
Lá fui eu ligar pro chaveiro (o mesmo!). E morri em cinquenta reais mais uma vez. E tive que ouvir piada do filhodaputa - que podia ter me poupado desse chá quente de verdades cruas e nuas que ele me cuspiu na lata - e ainda por cima ficar com a maior cara de bunda. Porque dessa vez a chave também estava na porta. Mas do lado de fora. Ela ficou um dia in-tei-ri-nho pendurada ali, pra quem quisesse ou não quisesse ver. Nem quero pensar no que poderia ter acontecido, porque aí já é sofrer demais. Chibata. Só muita chibata mesmo.

PS: Depois desses dois dias ainda me tranquei mais umas três vezes. E isso deve ter bem menos de um ano. Tô pensando em abrir uma conta no chaveiro. Vai sair beeeem mais barato. Fato.

PS1: Resolvi escrever esse post porque hoje perdi meu cartão do banco. O de débito. O único que eu tenho. Me mato agora ou mais tarde?

Sylvia Araujo

4 comentários:

Palavralida disse...

Só pra constar nos autos: A-filha-do-ex-dela-é-a-minha-filha! hahahahaha

B. disse...

Só pra constar 2: a mãe-da-filha-do-ex e a ex-do-pai-da-filha são as birutas mais amadas da minha vida. Birutas, bem entendido. Porque a louca aqui sou eeuuu! E piorando a cada dia! Hahahahaha

Sylvia Araujo disse...

O melhor é que as melhores morrem de rir. Tá certo, tá certo... quando a gente ama se sujeita, né? Fazer o quê? hahahaha

Amo vocês

Palavralida disse...

hahahahaha Sia, morri de rir ao reler isso!! Muuuuuito bom!
Te amo!