Sorriso bom é aquele que vem de dentro. Vai brotando, tomando conta, sacudindo tudo, extasiando. Isso é sorriso bom; aquele que é meio cuspe, meio vômito, meio bocejo; incontrolavelmente libertador. Imprescindível!
Que começa tímido e quando a gente menos espera se transforma; vira gargalhada estrondosa-sacolejante. Falta ar, os olhos fecham, a barriga dói, mas o peito - ah, o peito!- esse se enche de tamanha alegria, que faz o cinza virar amarelo-ovo instantaneamente.
Como se dá essa transformação, eu não sei. O que sei é sempre o que sinto: arco-íris pinta o céu, pássaros se alvoroçam em revoada, até a lua se entrega e ganha rasgo, bem no meio daquela cara de bolacha, redonda, iluminada.
Sorriso bom mesmo é aquele que sai do meio, bem lá do fundo do meio... que contagia, inebria quem tá por perto. Ele, por fim, vira urro; de independência, de liberdade!
Que mundo bom seria esse, se todos os dias os sorrisos viessem nos dar bom dia.
Que mundo bom seria esse...
Sylvia Araujo
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