Ah, que saudade do Samba, aquele amigo tão digno, tão íntimo, tão íntegro... Me faz falta requebrar nas sua rodas, abrir os braços e cantarolar feliz - de olhos fechados, em pleno gôzo - no meio de tanta gente bamba... (Feliz daquele que foi tocado por ele!) Como sinto a ausência! Como me enobrece o espírito aquela batucada-sorriso! Me entope o coração o som do pandeiro, a marcação do tantan e da cuíca, o delírio das sete cordas, a energia do cavaco... Que falta eu sinto da boa vizinhança, de quem vive, nas suas entranhas, o amor cantado nos versos mais cariocas...
Me aguarde, Samba das minhas alegrias! Me espere que em breve, muito breve, estarei - em corpo e alma de passista - deixando as tristezas de lado e caindo em seus braços mais uma vez; vibrando na sua cadência, na malandragem do seu inconfundível gingado, sorrindo com a leveza de quem supera tudo - numa nota apenas!
Samba, meu samba querido... um dos amores mais antigos e mais verdadeiros, em todos esses anos de estrada... Não me deixe por muito tempo, abandonada à minha natural melancolia, e te prometo que meus pés descalços pisarão seus terreiros, minha garganta reproduzirá sua voz, e meu sorriso genuíno te enaltecerá por todo o sempre!
Louvado seja meu Samba. Amém.
Sylvia Araujo
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