Manoelando eu desinvento as dores.
Elas são tão pequenas perto da ausência de charcos pra caracóis, que desaborreço.
Não me faltam paredes. Me esvaziam é lagartixas!
Talvez se eu fosse um prego torto, caco de vidro ou lasca de pedra,
Talvez assim, e só assim, as árvores me brotassem.
A imaginação, pois, é fruta.
E o desencanto, encantamento.
Nos quatro cantos, não há quem me desfaça do nada.
Prefiro hoje o nada, no lugar do tudo que me desorienta.
Manoelando, percebi que o ínfimo é glória!
A complexidade caiu em desuso, agora.
No meu mundo eu vou é pintar violetas, pra ter - em eterno - beija-flores por perto...
Eu vou é desofrer em rios; desacostumar o cio.
Eu vou é desenraizar!
Sylvia Araujo
2 comentários:
Bravo, Sylvia!
A tua desmesura e o despalavrório de Barros funcionam cometas!
Te amo, minha!
Smack-mack!
As vezes é preciso ser - e viver - o avesso.
E que trabalho difícil esse, o de des-ser.
Ele sabia das coisas. Ele des-sabia de tudo!
Obrigada, palavra e mão amiga.
Por tudo.
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