Foto do blog: Mario Lamoglia

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Óbvio


Manoelando eu desinvento as dores.
Elas são tão pequenas perto da ausência de charcos pra caracóis, que desaborreço.
Não me faltam paredes. Me esvaziam é lagartixas!
Talvez se eu fosse um prego torto, caco de vidro ou lasca de pedra,
Talvez assim, e só assim, as árvores me brotassem.
A imaginação, pois, é fruta.
E o desencanto, encantamento.
Nos quatro cantos, não há quem me desfaça do nada.
Prefiro hoje o nada, no lugar do tudo que me desorienta.
Manoelando, percebi que o ínfimo é glória!
A complexidade caiu em desuso, agora.
No meu mundo eu vou é pintar violetas, pra ter - em eterno - beija-flores por perto...
Eu vou é desofrer em rios; desacostumar o cio.
Eu vou é desenraizar!

Sylvia Araujo

2 comentários:

Anônimo disse...

Bravo, Sylvia!

A tua desmesura e o despalavrório de Barros funcionam cometas!

Te amo, minha!
Smack-mack!

Sylvia Araujo disse...

As vezes é preciso ser - e viver - o avesso.
E que trabalho difícil esse, o de des-ser.
Ele sabia das coisas. Ele des-sabia de tudo!

Obrigada, palavra e mão amiga.
Por tudo.