Amolou a lâmina fina na pedra gasta e atestou o fio da faca na palma da mão. O aço cortante fez brotar um rio vermelho entre as linhas da vida e da morte. Faltou sorte. E um coração no peito. Com o olhar perdido no reflexo do espelho, afundou a ponta brilhante na veia saltada do pescoço. O colo arfante suspirando o último ontem. O frio do medo, o frio da lâmina, o frio do fio - tênue. Sangrou todos os medos, escorrendo todas as dores. E acabou. Sorrindo.
Sylvia Araujo
28 comentários:
Impressionante! Como pode uma coisa tão triste ser contada de forma tão crua e ao mesmo tempo tão poética?! Um texto lindamente escrito... Realmente, parabéns.
Beijokas e uma semana feliz pra vc.
senti o frio fino como a lamina que sorrio e tive medo.
Arrepiante,,,,,,,,,
Volto aqui mais uma vez... e, como sempre, encontro palavras salpicadas de imagens e poesia. Gosto muito, gosto demais. Beijo
sangrando com final feliz, ou quase
beijos
Bela postagemm.
bjs
Insana
Um sorriso de vida no suspiro da morte. O tempo não escolhe dias.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 27/09/2010
Surpreendente, cada vez mais e as suas letras, já fazem parte da minha rotina de leituras.
Parabéns!!!
B-jinhos!!!
O ajuste de contas final com os medos.
Mas... para onde endereçar o sorriso? É que ele, só por si, nada vale. Ajuste de contas adiado?
Gostei!
Beijo :)
o "último ontem" foi incrível!
Belo e forte, deu pra sentir a lâmina,tudo de bom pra você, estava com saudades daqui, beijos
Estive sumida por aqui...
mas essa semana tive a incrivel alegria da volta do JORNAL DAS PEQUENAS COISAS e senti vontade de mergulhar em todos meus contatos poéticos...Seu texto ficou muito intenso e mágico,mesmo algo tão horrível consegue se vestir de flores ao virar poesia.
parabéns!!!!
Conto simplesmente maravilhoso, Sylvia!
Tudo na medida mais exata: nada falta, nada é demais.
É perfeito, para mim, o seu estilo.
Grande abraço!
Meu Deus !!! Que intensidade !!! Acho que é esse o papel da poesia. Remexer com as nossas emoções! Beijo grande querida.
Sensacional.
Como já disseram, na medida.
Amei!
bjs
Senti o f(r)io.
Beijo, querida!
Sylvia,
Com doce prazer me afundo nas tuas palavras... e nelas naufrago!
Beijos
AL
Sylvia,
Huuuummmm...
Rompeu-se.
Um beijo.
Você conseguiu, ludibliar, sensibiliar, com a faca afiada emocionar, para ao final também fazer-nos sorrir apos todos os medos se esvairem porque és poeta e tens o poder até de morrer e sorrir. Lindo, perfeito, como os demais. Passo a seguir você e espero sua visita aos meus blogs.
Sylvia!!! Como é bom te ler! Cara, você é muito boa! Estava com saudade da palavra afiada, dos versos que cortam!
Beijos moça!
sangrei.
aqui belo!
assim libertamos nossas criaturas....
Texto lindamente triste,se é que pode-se dizer que a tristeza é bela.Mas aqui nas suas palavras ela ficou.
bjssss
Por onde vc anda, menina?
To com saudades de um texto desses que não faz concessões.
Postei o F(r)io no meu blog branco. Assim que puder, passe por lá e diga-me se gostou.
Obrigada.
Beijokas.
http://empoucaspalavrasalheias.blogspot.com/
É a coragem que falta para viver impulsionando o sorriso da Morte. Poema impressioante pela força ágil da imagem que nos passa. Beijos no coração.
Li há pouco, no blog da Lua Nova que republica palavras alheias, as tuas frias, cortantes, palavras. Parabenizo você pelo fio condutor da tua escrita, de uma beleza impressionante.
Muito bom!
:)
*obs:você tem o nome da minha poeta favorita.
*.*
"Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças"
Charles Darwin
Bjs
Insana
Poesia, santa poesia, que embeleza até os momentos mais difíceis da vida...
Poeta, sublime poeta, que sabe dar voz aos sentimentos mais ocultos...
Lindo, post!
Lindo MESMO!
Palmas pra tu, como sempre! hihi'
Beijo!
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