Foto do blog: Mario Lamoglia

domingo, 26 de setembro de 2010

F(r)io



Amolou a lâmina fina na pedra gasta e atestou o fio da faca na palma da mão. O aço cortante fez brotar um rio vermelho entre as linhas da vida e da morte. Faltou sorte. E um coração no peito. Com o olhar perdido no reflexo do espelho, afundou a ponta brilhante na veia saltada do pescoço. O colo arfante suspirando o último ontem. O frio do medo, o frio da lâmina, o frio do fio - tênue. Sangrou todos os medos, escorrendo todas as dores. E acabou. Sorrindo.


Sylvia Araujo

28 comentários:

Lua Nova disse...

Impressionante! Como pode uma coisa tão triste ser contada de forma tão crua e ao mesmo tempo tão poética?! Um texto lindamente escrito... Realmente, parabéns.
Beijokas e uma semana feliz pra vc.

Unknown disse...

senti o frio fino como a lamina que sorrio e tive medo.
Arrepiante,,,,,,,,,

Ilaine disse...

Volto aqui mais uma vez... e, como sempre, encontro palavras salpicadas de imagens e poesia. Gosto muito, gosto demais. Beijo

Unknown disse...

sangrando com final feliz, ou quase


beijos

Insana disse...

Bela postagemm.

bjs

Insana

Jorge Manuel Brasil Mesquita disse...

Um sorriso de vida no suspiro da morte. O tempo não escolhe dias.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 27/09/2010

Valéria Gomes disse...

Surpreendente, cada vez mais e as suas letras, já fazem parte da minha rotina de leituras.

Parabéns!!!

B-jinhos!!!

AC disse...

O ajuste de contas final com os medos.
Mas... para onde endereçar o sorriso? É que ele, só por si, nada vale. Ajuste de contas adiado?
Gostei!

Beijo :)

Mme. S. disse...

o "último ontem" foi incrível!

Arnoldo Pimentel disse...

Belo e forte, deu pra sentir a lâmina,tudo de bom pra você, estava com saudades daqui, beijos

Ana Luiza disse...

Estive sumida por aqui...
mas essa semana tive a incrivel alegria da volta do JORNAL DAS PEQUENAS COISAS e senti vontade de mergulhar em todos meus contatos poéticos...Seu texto ficou muito intenso e mágico,mesmo algo tão horrível consegue se vestir de flores ao virar poesia.
parabéns!!!!

Zélia Guardiano disse...

Conto simplesmente maravilhoso, Sylvia!
Tudo na medida mais exata: nada falta, nada é demais.
É perfeito, para mim, o seu estilo.
Grande abraço!

Sonia Pallone disse...

Meu Deus !!! Que intensidade !!! Acho que é esse o papel da poesia. Remexer com as nossas emoções! Beijo grande querida.

Anônimo disse...

Sensacional.
Como já disseram, na medida.
Amei!

bjs

Em@ disse...

Senti o f(r)io.
Beijo, querida!

A.S. disse...

Sylvia,

Com doce prazer me afundo nas tuas palavras... e nelas naufrago!


Beijos
AL

Marcelo Novaes disse...

Sylvia,



Huuuummmm...


Rompeu-se.






Um beijo.

JOCARLOSBARROSO disse...

Você conseguiu, ludibliar, sensibiliar, com a faca afiada emocionar, para ao final também fazer-nos sorrir apos todos os medos se esvairem porque és poeta e tens o poder até de morrer e sorrir. Lindo, perfeito, como os demais. Passo a seguir você e espero sua visita aos meus blogs.

Patrícia Gonçalves disse...

Sylvia!!! Como é bom te ler! Cara, você é muito boa! Estava com saudade da palavra afiada, dos versos que cortam!

Beijos moça!

Ana. disse...

sangrei.

aqui belo!

lisa disse...

assim libertamos nossas criaturas....

Patrícia Garbuio disse...

Texto lindamente triste,se é que pode-se dizer que a tristeza é bela.Mas aqui nas suas palavras ela ficou.
bjssss

Lua Nova disse...

Por onde vc anda, menina?
To com saudades de um texto desses que não faz concessões.
Postei o F(r)io no meu blog branco. Assim que puder, passe por lá e diga-me se gostou.
Obrigada.
Beijokas.

http://empoucaspalavrasalheias.blogspot.com/

maria claudete disse...

É a coragem que falta para viver impulsionando o sorriso da Morte. Poema impressioante pela força ágil da imagem que nos passa. Beijos no coração.

Anônimo disse...

Li há pouco, no blog da Lua Nova que republica palavras alheias, as tuas frias, cortantes, palavras. Parabenizo você pelo fio condutor da tua escrita, de uma beleza impressionante.

Nadja Reis disse...

Muito bom!



:)






*obs:você tem o nome da minha poeta favorita.


*.*

Insana disse...

"Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças"
Charles Darwin


Bjs
Insana

Jéssyca Carvalho disse...

Poesia, santa poesia, que embeleza até os momentos mais difíceis da vida...
Poeta, sublime poeta, que sabe dar voz aos sentimentos mais ocultos...

Lindo, post!
Lindo MESMO!
Palmas pra tu, como sempre! hihi'

Beijo!