Foto do blog: Mario Lamoglia

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Luto

É. Essa é mais uma dentre as bilhões de manifestações sobre a morte do rei Michael Jackson. E eu só tenho uma coisa a dizer: Já foi tarde! Pois é, meus queridos... não estou aqui dissertando sobre a herança musical, as transformações indiscutíveis sonoras, coreográficas, quiçá culturais, etc e tal, mas sobre a criatura em si. Ele realmente foi incrível nesses quesitos. Mas vamos falar muito sério: esse ser, ET, ou seja lá o que tenha se tornado no decorrer desses anos todos, já estava morto há muito tempo. Doença degenerativa de pele? Vitiligo? Blábláblá? Ninguém nunca vai saber, mas o fato concreto e visível é que ele era um cara mentalmente doente. Sim, sim, o coitado foi maltratado na infância, perdeu a inocência cedo, foi obrigado a seguir carreira rumo ao estrelato pela malvada família, etc, etc. Concordo. Não deve ser muito fácil se tornar um exemplo de equilíbrio tendo passado por tanta brutalidade, mas cá entre nós, com a grana que ele tinha, dava muito bem pra cuidar da cabeça e ainda sobrava prumas viagens de relaxamento e encontro espiritual de sigo-consigo-mesmo, né não?
O que me deixa mais puta não é a vida que ele levou e escolheu pra si, porque cada um é dono do seu próprio nariz e tem o direito de fazer o que bem quiser com a sua cabeça, o seu corpo, o seu dinheiro. Mas - taqueopareo - envolver crianças, pequenos serezinhos indefesos e puros, numa loucura gigantesca sem limites, já é demais pro meu cabeção. Esse cara - Rei do Pop, magnânimo e supremo - era pai, minha gente! Ele criava crianças nesse mundo louco em que a mente insana dele pairava. Ele enlouqueceu esses pequenos, e sabe lá se isso vai ter volta. E não, não me venham dizer que cada pai é um pai, cada criação é uma criação, porque eu, definitivamente, não aceito que um adulto destrua a sanidade mental de um filho. Ninguém é obrigado a tê-los. Ninguém é obrigado a criá-los. E não é o dinheiro que vai fazer uma criança feliz. Mas o amor, o cuidado e o zelo com as faculdades mentais e físicas com que são criados e embalados durante o seu desenvolvimento.
Eu sinceramente espero que quem ficar com essas pobres crianças use boa parte desse patrimônio bilhardário pra tentar consertar a merda que o Rei do Pop fez. E torço para que, mesmo que fiquem com sequelas, eles consigam levar uma vida equilibrada e feliz, e não apareçam nos tablóides daqui a alguns anos com os pulsos cortados ou os pés balançando sem vida.
Eu tô de luto. Mas não pelo Michael Jackson, e sim pela incompreensível sociedade que endeusa seres humanos dismórficos e patéticos como esse.

Sylvia Araujo

2 comentários:

Unknown disse...

Absolutamente incrével é? sic: "cada um é dono do seu nariz".
hehehe foi de propósito?

Sylvia Araujo disse...

Nariz? Que nariz? hahahaha

Te amoooooooooo