"- Se você tivesse parado de fumar, estaríamos juntos até hoje."
Não preciso nem dizer que estou gargalhando até agora.
O ser humano é mesmo uma piada. E muito da chinfrim.
Como é que alguém pode se achar capaz de tomar pra si o direito de limitar o outro? E pior, responsabilizá-lo pelas suas próprias limitações? Fico perplexa.
Se você possui rígidos padrões umbigais, que se aproxime de quem corresponda a eles, oras bolotas... ou estou errada?
O maior fracasso dos relacionamentos, a meu ver, se deve às incansáveis tentativas de transformar o outro em um mero reflexo de si mesmo. Mas pra quê, se a maior riqueza do estar junto é exatamente conviver com as diferenças?
As pessoas não devem ser podadas. Mas regadas - com afeto, apoio e compreensão.
Eu não quero ser metade de ninguém, porque já sou inteira. E se é pra se esforçar em me partir ao meio, nem precisa perder seu tempo. Porque é certo de que, no fim das contas, quem vai sair pela metade é você. Eu duplico! Multi-plico!
Fico aqui então - tranquila - com meu cigarro aceso e meu martini duplo, na boa e velha companhia dos meus tão serenos lampejos de sanidade. Afinal, já bem dizia a minha vó: "- Minha filha, escuta bem, prestatenção: antes só, do que mal acompanhada!"
Ah! E antes que eu me esqueça:
- Desculpa, meu bem, mas acho que - com ou sem cigarros - nós não estaríamos juntos não... Amigos? ;o)
Sylvia Araujo
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