Foto do blog: Mario Lamoglia

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Inferno em poás

Quem me dera um par de asas
coloridos apitos
confetes
línguas de sogra:
carnaval a gosto
num quase-setembro
- quem me dera um ombro
sem tempo.
Um frasco de ar puro
- novo pulmão:
quem me dera eu-outra
não essa dor multidão.

Tem dias, me quero poeira
- rastro pouco
muito vento
(longe).
Quem me dera, sim,
um não:
ecoante e redondo
feito um sonoro palavrão.

Sylvia Araujo

4 comentários:

EDNA disse...

Como sempre belíssimos textos que enebriam a alma de quem os ler....essas multidoes a falar de dentro pra fora e , eu, ávida por ouví-las......bjs

Daniela Delias disse...

Sylvia, é maravilhoso!
Sempre bom te ler...
Bjo!

Maíra F. disse...

Estava há tanto tempo sem vir aqui, saudades de ler suas palavras! Esse foi, particularmente, um dos que mais gostei. Um bom agosto a gosto pra você, Sylvia, rs. Beijos!

Alfredo Rangel disse...

Quem me dera a espera,
a demanda,
encontrar a palvra que
quem me dera
ouvir...

E vc disse... Parabéns

Rangel