Foto do blog: Mario Lamoglia

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Nem mais um dedo

- Não me venha com esse riso frouxo dos alforriados, dos enlouquecidos! Eu não quero qu'essa alegria suja me corrompa os dias, me lambuze os beiços. Sobremaneira entenda que eu não tenho laços - não, não tenho traços. Está tudo acabado!

- José, não destrate tanto nosso amor de bodas... Não te quero entranhas, só teu riso fácil das camélias livres, das ervas de cheiro... Não rasgue assim meu peito, não arranhe os discos. Te suplico, amor, não assopre os sonhos!

- Eu não tenho sonhos. Eu não tenho medo. Sou o que me resta e nem mais um dedo.

Sylvia Araujo

Um comentário:

B. disse...

Dá samba, dá samba!!