Foto do blog: Mario Lamoglia

segunda-feira, 16 de maio de 2011

É tudo (um) vão, esquece.

Arranca com as unhas que restam essa dor tamanha que te corrói a alma, vamos. Enterra esse maldito peito soluçante desesperado, rumina esse medo. Mastiga trinta vezes essa fome impiedosa de amor - cospe com força. Você não merece engolir tanto não, vambora, não chora. Prepara a fogueira com calma - uma a uma todas as cartas de amor - e taca fogo. Deixa arder o tempo. Aquece esse corpo possuído por calafrios. Vomita, grita. Grita com força até te faltar veneno. Expurga as palavras - não faz mesmo sentido guardar tanta letra, dentro ter tanta coisa - é tudo (um) vão, esquece. Sacode esse corpo, se enfia na chuva, se deixa escorrer, não foge. E sente. Sente o dia que nasce, sente o abraço do amigo. Tateia o vazio no peito e sorri o recomeço. É hora de voltar a encher: um sorriso branquinho, um vento de maio, um arcoíris no céu, um ronronar de gato. E um mesmo amor, novinho em folha, para acreditar.

Sylvia Araujo

7 comentários:

Tatá R. da S. disse...

Lindo!
As vezes precisamos fazer uma faxina interna pra se renovar e ser capaz de amar de novo.
Beijos.

Sândrio cândido. disse...

[ Assim surge o instante primordial onde a palavra transmuta-se em poesia]
beijos sylvia

Janaína Mesquita El-Bainy disse...

ufa...

Paulo Rogério disse...

Muito forte!
E, como sempre, muito bem articulado.
Mas, me diz, quais as verdadeiras intenções do/a narrador/a? (rsss...)
Beijo!

Cecília disse...

Menina... que coisa mais envolvente flor... ais..

Kaiser Soze disse...

Óptima a perspectiva de um novo começo, aquela ideia de que sempre que se fecha uma porta abre-se uma janela.
Infelizmente, nem sempre é verdade. Diz-se que a chuva no deserto tem esse mesmo efeito revigorante mas quando acaba está lá a mesma areia a construir as mesmas dunas.

Luna Blanca disse...

O POETA
Sabemos que os poetas é um ressuscitador
Ressuscita a saudade, ressuscita o amor.
Ressuscita a paixão, ressuscita ate a dor.

É no silêncio da calma no conflito da razão
Escreve versos e trovas falando de grandes paixões
Corre nas veias o sangue da saudade e do amor.
O poeta sim senhor! É um grande sonhador

Qual poeta não fala! De amor nos seus versados
Os poemas sem amor ficam sem significado
Desprovido de ternura sem sentimento igual
Falta de imaginação falta amor no coração

Eterno são os poetas criadores e criativos
Criam amor criam ilusão mantém a paixão acesa
Nos seus versos ele mostra do amor toda a beleza