Aproveitando o momento notebook furtado (ó dia, ó céus, ó azar!), andei vagando por aí - blog aqui, blog ali, algumas visitas aos queridos, umas poucas boas novas, outras já amores antigos - e dei de cara com o Henrique Pimenta, lá do Bar do Bardo. Inevitável não me apaixonar pelos sonetos atualíssimos, cheios de humor e malemolência e pela poesia ultra-desafiadora do sujeito. Eu, de lá da minha mesa de canto, caneca de vinho numa mão, bolinho de bacalhau na outra, soprei pra cá pra perto a maravilhosa leveza e irreverência dO Cara. Deliciem-se, que é coisa boa - garanto.
Técnica PN sem L
"Eu acordei num lugar muito estranho.
A cabeça estava por explodir.
Lembro-me de que saíra sozinho.
Bebidas, desejos, coisa e tal e,
depois, fomos passear pela rua.
Já longe do roteiro conhecido,
que estávamos bêbados demais, sem
medo, sem medo, sem medo, sem medo.
Resolvemos que seria melhor
dormirmos ali naquele chão. Sim,
loucura. Percebi que estava nu.
Percebi que havia uma cama sob.
Senti sobre o meu braço uma pressão,
cabeça, cabelos, olor
de sândalo
um
i n c e n s o . . .
aí
mergulhei meditei-lhe nos desenhos produzidos pela
fumaça como que uma série de signos esotéricos
concentrei no mantra que me fora fornecido
secretamente e quase que
gratuitamente
por um site indiano desenvolvimento da intuição
mas no andar de cima
(ops eu estou no meu apartamento)
zeca pagodinho reinava absoluto
e eu não poderia ir de encontro ao absoluto
voltando
mentalizei a luz violeta
fluindo para dentro de meus chackras
elementais
era de aquário
o cifradíssimo perfume do fumo
analogias possíveis da matéria menos densa com
as sessões de psicanálise
180 (cento e oitenta) cada
sexualidade reprimida
parafilias casamento no fim
traição sem sal
auto-estima 0 (zero)
e então
indicador
e polegar se tocam levemente
energia prânica lótus de 1000 (mil) pétalas
pronto!
mais um poema sobre porra nenhuma!"
liquefeito
porque nos beijávamos
distritos
expandiam-se em oceanos de pele e
cintilâncias galáxias de evanescência
por mim
o orvalho gotículas de saliva doce
hidromel que poreja
sumo de ambrosia para além psi
aleluia!"
17 comentários:
Simplesmente fantástico
Deliciei-meeee
beijo grande
Estou seguindo =*
Sim, ele é o cara!
Bom post, Sylvia.
Beijos!
é por estas e por outras que considero a internet a grande invenção da humanidade (depois d'ela própria, obviamente :-)!).
beijinho, sylvia!
Que delícia distraidamente... encontrar esse delicioso tempero à vida...
Nossa, gostei demais
antes insônia do que sono, não é mesmo?rs
abraço.
Ameeei! *_*
Sentindo falta de teu comentários com palavras sábias. Ainda sem internet em casa?
Beijos, flor!
muito bom mesmo, vou lá descobrir mais coisas dele...
ótimo post, sylvia!
beijos muitos
Sylvia,
Obrigado pela sua visita lá na Revista Diversos Afins. Ficamos muito felizes em poder conhecer gente interessada por leitura como você. Melhor ainda é saber dos teus escritos por aqui.
Beijos
poesia que me jogou ao chão de rosas e desejos
Oi Sylvia :)
obrigada pela visita no meu blog, vc é sempre bem vinda! :)
Fiquei jna dúvida qual que é seu texto e qual que é do Pimenta, mas acho que é o segundo (pela imagem e pela malemolência, hehe)
esses caminhos que percorremos e que nos levam para lugares inusitados, podem ter surpresas agradaveis..Oo
ps: quanto ao seu comentário no blog, vc trabalha com o que? Eu tô envolvida em alguns projetos na universidade e tô no final da análise dos dados de uma pesquisa que eu fiz ano passo sobre homicidio juvenil..tbm acho que o primeiro passo é pensar sobre e depois procurar meios de agir, é isso que tô tentando..o blog é mais um lugar pra refletir junto sobre alguns temas com quem assim desejar! obg fofa!
namastê!
Fantástica sua postagem...Parabéns!
Beijos.....M@ria
Magnífico condimento ao prato singular de um final de tarde friorento e cheio de possibilidades.
Gostei muito!!
Belo post...
Abraço e agradecido pelas visitas ao Rembrandt
Olá,
Tive contato com o teu blog no Batom e Poesias.
Agora vim conhecê-lo e seguí-lo.
Desde já és convidada a visitar o meu.
Saúde e felicidade.
João Pedro Metz
Sylvia Araujo,
mui grato pelo seu olhar.
Namastê!
Você pertence à realeza.
Ainda princesa,foi imprecisa,
indecisa nas certezas.
Rainha, já não indefesa;
mescla-se aos plebeus,
para entender suas fraquezas.
Doa diretrizes e aumenta em beleza.
Obrigada, querida,
VAN
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